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CONHECENDO DOCENTES - MARCO ANTÔNIO DIODATO




Olá, professor Diodato. Estamos muito felizes em recebê-lo hoje. Gostaria que o senhor se apresentasse para que possamos conhecê-lo melhor.


Diodato: Sou Engenheiro Florestal, com mestrado em Ciência Florestal e doutorado em Ciências Biológicas, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) nos três níveis acadêmicos. Também fiz pós-doutorado na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

Antes de ser professor na UFERSA, fui docente na Universidade do Contestado (UnC) em Santa Catarina (curso de Engenharia Florestal), na Universidade Potiguar (curso de Biologia e de Geografia), em Natal, e na Universidade Federal do Piauí (UFPI) (curso de Engenharia Florestal). Também fui bolsista CNPq de Desenvolvimento Científico Regional - DCR (um programa do CNPq para fixação de doutores no Nordeste), por três anos, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no curso de Geografia. Destaco que essa pequena biografia profissional não segue uma sequência cronológica.

Mata Branca: Professor Diodato, sabemos que o senhor é argentino e veio para o Brasil cursar engenharia florestal. Como surgiu o interesse na área? Por que decidiu ficar no Brasil após a graduação?


Diodato: Na verdade, tenho a satisfação de vir de uma família de Engenheiros Florestais, talvez o fator mais importante para ter seguido essa área. A minha família tinha contato contínuo com pessoas de Curitiba, tanto ao nível de amizade, como profissional. Em uma das minhas viagens a Curitiba fui convidado por um professor do curso de Engenharia Florestal, da UFPR, para estudar nessa instituição, o qual acabei aceitando.

Durante a graduação trabalhei por 3 anos no Laboratório de Proteção Florestal, como bolsista de Iniciação Científica, dentro da temática de Entomologia Florestal. Foi natural dar seguimento ao mestrado e, após, ao doutorado. Mas, no final do doutorado, a oferta de exercer a docência na Universidade do Contestado (UnC), em Santa Catarina, foi determinante para eu ficar no Brasil.


Mata Branca: Nós, alunos, sempre somos desafiados a nos superar, mas sempre tem alguma disciplina que nos faz chorar de desespero. Quando você era discente sentiu dificuldade em alguma área da florestal? Qual conselho você daria para seus alunos?


Diodato: No caso do curso de Engenharia Florestal, na UFPR, à época, a disciplina que retinha muito aluno, por reprovação, era Genética. Lembro que as turmas eram de mais de 150 alunos cada e a sala de aula era um anfiteatro. Reprovei a primeira vez, o que me levou, no semestre que cursei novamente, a me dedicar inteiramente a essa disciplina, inclusive aos sábados e domingos. Criamos um grupo pequeno, mas muito decidido a aprovar essa disciplina, para estudarmos juntos, pelo menos três vezes por semana. Deu certo.

Conselho: dedicação com seriedade, para qualquer coisa na vida.



Mata Branca: Antes de se tornar docente, quais trabalhos você realizava como engenheiro florestal? Sentiu dificuldade em entrar no mercado de trabalho?


Diodato: No final do doutorado recebi a oferta de uma empresa para trabalhar em uma fazenda com plantio de mogno, no Pará. Na mesma época também recebi a oferta de uma universidade para ser professor. Tive que decidir, nesse momento, por qual caminho ir. Como gosto muito da pesquisa escolhi a docência.

Já trabalhei como consultor independente para empresas de consultoria ambiental em Curitiba-PR e em Natal-RN. Eram trabalhos pontuais, com contrato por serviço/projeto. Aprendi muito com essas empresas e a experiência foi valiosa, até mesmo para as minhas aulas sobre a questão ambiental.

Na verdade, não faltou oportunidade na área privada. Mas, como queria entrar na docência em universidade pública, por oferecer mais oportunidade de pesquisa que nas universidades privadas, me dediquei aos concursos públicos, que não são fáceis, pois exige muito estudo e dedicação.


Mata Branca: Além da curiosidade em estudar nossa vegetação, o que te trouxe para o nordeste?


Diodato: Essa é uma parte muito interessante da minha vida, pois já estava trabalhando em uma universidade, em Santa Catarina. Vim de férias recorrer o Nordeste e fiquei encantado com a região, em todos os seus aspectos. Voltei seis meses depois para residir definitivamente na região, no início em Natal, aceitando o convite de um amigo geógrafo professor (atualmente na UFRN) para consolidar a pós-graduação da Universidade Potiguar.


Mata Branca: Hoje você é uma inspiração nata para vários alunos que estão no curso da engenharia florestal, principalmente porque o nosso primeiro contato com o curso vem de você. Como o senhor se sente quando apresenta o curso para os novatos todo início de semestre?


Diodato: Tenho consciência de que sou o primeiro contato dos ingressantes com o curso de Engenharia Florestal e por isso tento repassar toda a dimensão que a área, e o curso, apresenta, nos mais diversos aspectos, desde o profissional até nas expectativas pessoais. Não é difícil mostrar o curso, e a profissão, em todo o seu esplendor, pois realmente é uma carreira promissora, abrangente e de futuro, em todas as épocas. O nosso curso tem um quadro de professores com diversidade de experiência e com vontade de fazer o curso acontecer, auxiliados por uma boa infraestrutura suficiente para atender ao ensino, à pesquisa e à extensão - o tripé de uma universidade.

Eu tenho orgulho da nossa universidade e do curso. Não me sinto nem um pouco tímido em falar da instituição que trabalho e menos ainda do curso de Engenharia Florestal. Estou ciente que ainda temos caminho pela frente para trilhar, como curso, mas estou confiante em relação a isso, pois temos mérito para tal.



Mata Branca: Acha que a conservação é a melhor área da engenharia florestal?


Diodato: Não considero que haja melhor área e sim a que a gente mais compreende - e por isso mesmo gosta - e isso se consegue com muito estudo. Eu, particularmente, valorizo todas as áreas. A Conservação é tão importante como a área de Tecnologia da Madeira, por exemplo. Como sociedade, precisamos de todas elas.


Mata Branca: Qual o seu trabalho mais recente? Conte-nos um pouco sobre ele.


Diodato: Sou e me reconheço como entomólogo florestal, no entanto, desde a década de ’90 trabalho com geoprocessamento, como uma ferramenta para se conhecer, de maneira abrangente uma região. Deu-se pelo meu contato com a Geografia, desde a minha época da UFPR, e com as empresas as quais trabalhei como consultor. Por isso, considero, atualmente, que essa é a minha principal área de interesse.

Dentre os meus trabalhos mais recentes posso destacar a questão da algaroba, que acabou se revelando completamente diferente do que eu pensava. No momento, estou escrevendo um livro, tipo coletânea das pesquisas que desenvolvi com colegas, desmistificando certas ideias que se tem a respeito delas, isto é, de colocar a espécie dentro do contexto social, econômico e ambiental do semiárido, segundo a perspectiva da ciência e dos nossos resultados.

Dentro do geoprocessamento estamos trabalhando, faz alguns anos, com a bacia hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró, com o auxílio de técnicas de geoprocessamento. Digo estamos porque é um trabalho de alunos e professores da UFERSA e da UERN. Foram gerados dados e resultados sobre vegetação, por meio do uso de diversos índices, sobre a geodiversidade e, atualmente, com focos de incêndios florestais e a regeneração da vegetação.


Mata Branca: Recentemente você e a professora doutora Gabriela Salami assumiram a coordenação do curso. Como surgiu a ideia de se candidatar? E até agora, quais foram os maiores desafios que vocês enfrentaram?


Diodato: A gestão com a professora Gabriela Salami é recente e por isso não podemos determinar qual foi o maior desafio já enfrentado, mas sim os que temos pela frente.

O que mais preocupa à coordenação, aos professores do curso e à Ufersa é o número de candidatos do Enem que optam pelo curso e, uma vez discentes do curso, a taxa de desistência. O primeiro fator, é um fenômeno que está acontecendo em muitos cursos, com algumas exceções, a exemplo da Medicina, e a pandemia piorou a situação.

A desistência dos alunos é um tema que deve ser tratado com muita atenção pela coordenação, e professores do curso. Diminuir essa taxa é o desafio que temos pela frente. Nesse contexto, a atuação do CAEF é muito importante, assim como da Empresa Júnior, atualmente com a profa. Gabriela Salami como tutora. Isso motivou a mim e a ela se candidatar à coordenação, sempre visando contribuir com o legado que os(a) coordenadores(a) anteriores deixaram.


Mata Branca: Professor Diodato, muito obrigada por aceitar nosso convite. Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?


Diodato: A pandemia e o ensino remoto nos limitam muito, principalmente as aulas práticas, viagens e visitas técnicas, e devemos ter paciência com isso, pois é uma doença letal. Mas, tenho certeza de que, quando voltarmos ao presencial, estaremos com muita energia e disposição para essas atividades, como sempre foi. Que estejamos preparados para quando acontecer!



Campo Pantanal, 2016.


Visita ao INPA, 2017.


Aula de campo na Furna Feia, 2019.




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