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CONHECENDO DOCENTES - GABRIELA SALAMI


Mata Branca: Hoje temos a honra de receber a professora doutora Gabriela Salami, atual vice coordenadora do curso e tutora da Unifica Floresta Jr. Seja bem-vinda, Gabriela. Apresente-se melhor para aqueles que não te conhecem.


Salami: Me chamo Gabriela Salami, engenheira florestal e mestre em manejo de solo pela Universidade do Estado de Santa Catarina, com doutorado em ciência florestal com ênfase em manejo florestal pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Sou natural de Santa Catarina, mas há 9 anos moro no Nordeste (região que amo, e não troco por nada).


Mata Branca: Gostaríamos de saber o motivo pelo qual você escolheu cursar engenharia florestal e o que mais te marcou na sua graduação.


Salami: Escolhi engenharia florestal com a ajuda dos meus pais. Fomos traçando meu perfil, o que eu gostava de fazer, estudar etc., e batemos o martelo que meu perfil era na área ambiental; mas nada, absolutamente nada que aparecia de cursos que pesquisávamos eu gostava, foi quando meu pai viu uma propaganda na televisão da abertura do vestibular especial de verão da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), e dentre os cursos estava Engenharia Florestal. Meu pai chegou superanimado dizendo que tinha encontrado o curso que era para mim, e aí fomos para uma lan house pesquisar na internet onde um profissional com essa formação atuava, e “plin” bateu com meus anseios! E hoje estou aqui contando tudo isso para vocês.

Alguns fatos marcaram minha graduação, dentre eles, as viagens técnicas e de campo. Pude conhecer lugares fantásticos e aprender muito sobre cada um: Parque Natural Municipal do Morro do Baú, Parque Nacional do Aparados da Serra, Campo dos padres (campos de altitude mais preservados do Sul do Brasil), diversas empresas (Klabin S.A., Irani Celulose, Florestal Gateados, Tractebel Energia, dentre outras), além de vários congressos também. Isso me ajudou muito a ter certeza de que estava na área certa.


Mata Branca: Gabriela, nós sabemos que você conseguiu seu título de doutora recentemente. Fale um pouco sobre a sua área de formação.


Salami: Fiz meu doutorado na Universidade Federal Rural de Pernambuco, no Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, linha de pesquisa de Manejo Florestal e Utilização de Produtos Florestais. Meu orientador foi Rinaldo Caraciolo Ferreira. Trabalhei com estimativa de Biomassa e Carbono em Floresta Tropical Seca (FTS). Dentre os ecossistemas que compõe a FTS temos a formação floresta conhecida como Caatinga, bioma exclusivo do Brasil. Minha área de estudo era no município de Floresta, sertão pernambucano; eu viajava para lá 2 vezes ao ano com a equipe do laboratório, para fazer os levantamentos do inventário florestal contínuo. São duas áreas (uma mais conservada e outra menos), onde foram instaladas 80 parcelas permanentes, que são avaliadas anualmente via inventário florestal. No meu caso, utilizei os dados dos inventários florestais entre os anos de 2008 e 2018, para estimar variações do estoque de biomassa e de carbono nessas áreas, via equação matemática e geoestatistica, além de análises de crescimento (Bruto e Líquido). Outros trabalhos surgiram posteriormente. Mas o principal foi isso.


Mata Branca: Quais os maiores desafios que você vem enfrentando com o Ensino Remoto?


Salami: Os desafios do ensino remoto são inúmeros, mas para mim, há alguns que elenco como principais:

1. Manter a produtividade cientifica – a carga de atividades fora da sala de aula aumentou muito, veio a facilidade de realizar reuniões (Google Meet), então há dias que passo mais de 12h em frente ao computador apenas em reuniões e aulas ou acompanhando algum curso, inviabilizando a parte da ciência (que os docentes também precisam realizar).

2. Elaborar avaliações coerentes com o momento – todo semestre, quando organizo as atividades, tenho sempre a preocupação de criar estudos de caso aplicados a cada disciplina para que o aluno se sinta já um profissional em atuação. Mas sempre há aquela dúvida e incerteza se estou fazendo o certo para cada discente, se o tempo que será necessário para cada atividade será suficiente, e vivo preocupada em saber se todos estão conseguindo acompanhar o ritmo.

3. Manter a concentração dentro do ambiente domiciliar – o entra e sai de gente, o barulho de construção na esquina, a buzina dos carros, o congestionamento nas ruas próximas de casa, a cachorra pedindo atenção, a panela de água quente no fogão fervendo, o almoço por fazer etc. Tudo isso no mesmo tempo em que estou respondendo e-mail, criando conteúdo, reunião online, corrigindo atividade... (risos), não há técnicas de concentração e foco que deem conta.


Mata Branca: Além da docência, quais outras experiências você teve no mercado de trabalho?


Salami: Resumindo minha vida profissional, meu estágio curricular obrigatório foi na Klabin Papel e Celulose (2009), atuei como autônoma assim que conclui a graduação, posteriormente trabalhei como perita em alguns processos judiciais (2010, 2011). No ano de 2012 vim para o nordeste para trabalhar na Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), onde fiquei atuando como Engª Junior na Diretoria Florestal até o ano de 2014, que foi quando ingressei na Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) como docente.


Mata Branca: Hoje você é vice coordenadora do curso de engenharia florestal e tutora da Unifica Floresta Jr. O que te levou apoiar esses projetos e quais os maiores desafios que você tem enfrentado?


Salami: Assumi a vice coordenação do curso após um convite do professor Marco Diodato de formarmos a chapa para concorrer ao cargo. O que me levou a assumir tal função foi meu desejo de manter a qualidade do nosso curso, algo que já vem sendo construído desde o início pelos demais coordenadores, além de inovar em alguns pontos para possamos nos enquadrar a realidade imposta pelo momento que estamos passando, e que com certeza irá impactar a curto e médio prazo o nosso curso.

Assumir a tutorial da Unifica Floresta, nossa empresa júnior, era algo que eu desejava desde que a empresa foi consolidada, já que durante a minha graduação não tive a oportunidade de atuar na EJ da UDESC (onde me formei), e sei que é algo que nos faz crescer e aprender muito. E é isso que vem acontecendo desde o ano passado quando entrei. Estamos passando por uma reestruturação e em breve estaremos novamente atuando no cenário regional.


Mata Branca: Qual o seu trabalho científico mais recente? Conte-nos um pouco sobre ele.


Salami: Meus trabalhos mais recentes envolvem as publicações da minha tese, e estão em processo de envio para revistas. Vou citar aqui o que está mais próximo de ser publicado.

Influência da floresta alterada na distribuição espaço-temporal de biomassa e carbono em Floresta Tropical Seca

Esse trabalho teve como objetivo caracterizar a variabilidade espaço-temporal da biomassa e do carbono acima do solo em dois fragmentos de Floresta Tropical Seca (FTS) no semiárido brasileiro utilizando krigagem ordinária. Os 4 vértices de 80 parcelas (20 m x 20 m) foram georreferenciados por meio de uma Digital Trimble Catalyst Antenna conectada a um aparelho smartphone, com precisão submétrica (0,3 m a 0,75 m). As análises espaciais e o mapeamento foram realizados nos softwares GS+® e no Programa R. Foi possível ajustar os semivariogramas usando os modelos teóricos esférico, exponencial e gaussiano. Os resultados apontam que houve forte dependência espacial para as variáveis de estudo, bem como a influência do histórico de uso das áreas.

Mata Branca: Para encerrarmos, deixa um conselho para os discentes de engenharia florestal.


Salami: Meu conselho para todos os discentes, é que aproveitem ao máximo o ambiente universitário, seja para estudos, pesquisa, criação de um bom networking, abracem as oportunidades que aparecerem para vocês, se envolvam em pesquisa e trabalhos de extensão, isso fará com que cada um vá traçando o seu perfil profissional.


Mata Branca: Obrigada pela atenção, professora Gabriela. Deseja acrescentar mais alguma coisa?


Salami: Gostaria de dizer que a porta da minha sala está sempre aberta para recebê-los, ouvi-los, aconselhá-los e tentar ajudar no que for necessário.

Obrigada Mata Branca por esta oportunidade.


Mata Branca: A gente que agradece!



Salami em visita técnica e aula de campo da disciplina de Ecologia Florestal (2007) ao Parque Nacional Aparados da Serra (Divisa dos estados de SC e RS).





Salami participando da Equipe Técnica do Inventário Florestal Nacional, Maciço de Baturité (CE).



Aula de campo unificada de várias disciplinas do curso de Engª Florestal da UFERSA (2014)




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